Como todo self-leaner
da língua inglesa eu sempre tive dificuldades de quantificar meu nível de
aprendizado. Por isso no passado eu
decidi fazer o TOEFL ainda em Belém antes de vir para cá fazer meu estágio pós-doutoral
como uma forma de me sentir mais confiante em relação a minha vivência aqui.
Ao chegar aqui senti a necessidade de fazer outro teste, um que mensurasse meu inglês
fora da universidade; foi aí então que me deparei com o temido IELTS.
Assim, no dia 10 de maio fiz minha inscrição
para uma prova que supostamente seria feita no dia 25 de junho, mas que para a
minha surpresa abriu uma vaga para o dia 25 de maio. Nota: o IELTS aqui é
extremamente concorrido, as pessoas vem de várias cidades de Ontário e outras províncias para fazer a prova e marcam com bastante antecedência. Com essa vaga aberta eu
fui consultado se tinha interesse em aceitar e como aprendi que nunca mais vou
dizer não para uma oportunidade, independentemente, de sua dificuldade, eu
respondi prontamente para a atendente, that’s
fine! I do.
Antes de
entrar no tema IELTS gostaria de enfatizar meu estilo de estudo da língua inglesa.
No passado eu estudava gramática, muita gramática; mas de dois anos para cá
mudei completamente meu estilo. O que venho fazendo nesse tempo é: lendo
jornais online da língua inglesa tais como:
Além disso, eu escutava no Brasil várias rádios
online como a própria www.cbc.ca e a 680news.ca. Tem uma rádio católica norte americana
que é muito boa, pois várias pessoas colocam seus relatos lá e você tem a
chance de escutar diferentes tipos de pronúncias da língua, etc, mas
infelizmente, eu não tenho o site aqui comigo. Além disso, sempre me forcei a
escutar a TV por assinatura em inglês. Aqui no Canadá eu escuto todo dia a
cbcnews pelo menos duas horas por dia que é o tempo que estou indo para o
trabalho e ainda leio os jornais de graça que você tem acesso no metrô, chamado
de metronews, segue o site online:
Esses dois meios de comunicação
têm sido minha escola de língua inglesa aqui no Canadá eu não apenas leio o
jornal eu analiso o estilo de escrita e não apenas escuto a rádio eu presto
atenção em tudo, expressões, forma de iniciar e concatenar ideias, conclusões,
etc., Anoto o que não entendo, depois vou ao Google e procuro o significado.
Tendo explicado isso, deixa agora eu colocar
como estudei para o IELTS. Primeiro usei o que tinha aprendido no TOFEL- em
testes padronizados temos de ser diligentes e aprender as estratégias e
possivelmente decorar a estrutura das questões de escrita. Assim, durante as
duas semanas que tive eu comprei o seguinte livro: BARRON'S IELTS, INTERNATIONAL
LANGUAGE TESTING SYSTEM e o li de cabo a rabo estudando cerca de quatro horas
por dia. Dado o tempo que tive foquei apenas nesse livro. Minha recomendação é
não comprem esse livro, pois as partes de Reading e Listening são totalmente
diferentes daquilo que vivenciei no dia da prova. O livro não é ruim, pelo
contrário é muito bom no que tange a sua preparação, mas seus exercícios são
abaixo do nível. Bom, no que segue vou explicar como foi minha prova e minhas
recomendações para os futuros test takers...
Aqui no Canadá a prova começa no dia de sua
inscrição, pois já vais falando em inglês e no dia da prova você passa por três
estações para tirar a impressão digital, bater foto, deixar suas coisas no inventário,
etc. Em cada estação você conversa com as pessoas que lhe fornecem instruções,
etc. Ou seja, já começas no ritmo da prova. Essa foi uma diferença que notei
daqui e no Brasil quando fiz o TOEFL. Em particular, fiz o TOEFL duas vezes,
uma em Brasília e outra na minha cidade, Belém. Nas duas todas as conversas
foram em português do início até o fim com a equipe de apoio, aqui é claro tudo
é em inglês, naturalmente. Aqui a equipe é muito séria e
apesar de serem bem prestativos no dia do exame são como soldados lhe
vistoriando do início ao fim. Não faça nada estupido-isso é sério. Um cidadão
na minha sala teve duas ou mais questões anuladas, pois quando foi dada a ordem
put your pencil down ele continuou
escrevendo sorrateiramente e uma assistente que estava do lado de fora nos
vigiando entrou e disse: please give me your
answer sheet. E ela riscou suas duas últimas questões do reading, foi o que
vi, mas não sei se ela riscou mais. Assim leve a sério tudo que é orientado.
Bom, vamos para a prova. Ela começa com o
listening. Minha dificuldade aqui é que no TOEFL você faz a prova com um fone
de ouvido e no IELTS, o som vem de um sistema de áudio externo o que pode ser
complicado, pois, invariavelmente, tu ficas sujeito à reação das pessoas que
estão ao seu redor. Por exemplo, estás escutando o áudio e de repente alguém
começa a escrever ai pensas: égua eu perdi alguma coisa! Minha dica é fique na
sua, olhe para seu caderno e esqueça o ambiente. Para se preparar para esse
tipo de prova eu recomendo estudar sem o headphone na sua casa. Tente replicar
o ambiente da prova exatamente. Escute com seu rádio ou computador uns dois
metros de distância e mantenha o foco. Essa é a dificuldade, manter o foco por
meia hora. Para mim as piores questões são as de soletrar e de orientação no mapa.
Infelizmente, na minha prova foram dois mapas e uma de soletrar. Dica escute as
rádios online e tente manter a concentração por meia hora no áudio, faça isso
regularmente, assim sua mente vai pensar em inglês e estará no caminho certo
para fazer a prova. Bom, vou compartilhar algo ruim com vocês. Tenho um amigo
que é funcionário da universidade que já fez a prova duas vezes e nas duas vezes
a qualidade do áudio estava ruim e ele não venceu o benchmark canadense. Bom
isso é uma realidade, infelizmente, então vá preparado para manter a
concentração independente do que pode acontecer, pois a infraestrutura pode
prejudicar você. Felizmente, no dia que fiz correu tudo bem. Outra dica,
esqueça a questão anterior, o que passou é passado não podes fazer nada; mantenha
o foco no texto e nas palavras chaves sempre prevendo o que vem a frente,
número, sujeito, verbo, adjetivo, etc. Essa é a melhor forma de fazer a prova.
A prova segue com o Reading. Nossa é uma
corrida contra o tempo literalmente que somente termina quando o supervisor diz:
put your pencil down right now! Há! você é comunicado quando falta 10, 5 , 2
minutos para acabar o teste. Em particular eu acabei no limite, faltando
segundos. Vários textos gigantes com questões como escolher o título de
parágrafo, encontrar informações no texto para preencher um sumário do texto.
Minha prova tinha 6 ou 7 textos com pelo menos 5 parágrafos cada. Para mim essa
prova define sua vida no decorrer do teste, pois ela literalmente acaba com
suas energias. Dos simulados que fiz baixando material da Internet, somente os
textos disponíveis no próprio site foram próximos da prova. Minha dica é treine
com relógio e seja rígido com você exatamente como eles são. Escolha os piores
simulados com muito texto e faça o máximo que puderes. Uma dica aqui é não faça
mais dois testes por dia do mesmo tipo, pois cansa bastante e perdes o foco.
O writing para mim, que gosto de ler jornais em
inglês, foi a melhor de todas as provas. Fiz exatamente o que aprendi no TOEFL,
aprendi a estrutura das cartas: reclamação, solicitação, agradecimento, etc. Eu
tinha toda a estrutura na cabeça, isto é, como iniciar, como finalizar, como
descrever problemas, etc. Há vários sites na internet com modelos de cartas
para estudares, não apenas voltado para o IELTS. Minha dica é estude, avalie
essas cartas, observe como o writer explica e coloca suas ideias. Tente decorar
as expressões, palavras, enfim, absorva o que é importante. Não faltam modelos
na internet para isso. Foi o que fiz, imprimi várias cartas e ficava estudando
no metr e no ônibus todo santo dia. Não tem outro jeito é decoreba mesmo. Assim,
meu trabalho foi apenas criar o texto conforme foi solicitado. Em particular
fui questionado nos seguintes temas: 1) escrever uma carta para um amigo
recomendando um livro e porque tu achas que o livro é util para teu amigo e onde
ele pode comprar o livro; 2) descrever os pros e contras e manifestar sua
opinião a respeito do seguinte tema: você acha que os pais devem controlar as
decisões dos filhos? Achei os temas bem legais desde que tenhas: 1) a estrutura
na tua cabeça e saibas o que escrever. Minha dica é leia bastante. Tenho algo comigo
que é: se queres ser um bom escritor seja um excelente leitor. Planeje sua
escrita e não menospreze seu planejamento de dois minutos para elaborar as ideias
que vais escrever. Ajuste seu relógio para 20 minutos no primeiro texto e quarenta
para o segundo. Eu acabei esse teste faltando segundos para acabar, minha
conclusão do ultimo teve duas linhas onde apenas reforcei minha ideia com as
outras palavras.
O speaking. Minha dica aqui é se tens a
oportunidade de fazer no outro dia, então faça, pois naturalmente ficas cansado
após os testes que fazes. Quando acabei o writing, eu não tinha fome, dor de
cabeça, nada, apenas um sono, e um cansaço mental. Minha vontade era dormir ou não pensar em nada.
Eu não sei como funciona em outros lugares, mas aqui é dado um intervalo de uma
hora até no mínimo entre o final da parte escrita como eles classificam e iinício da parte oral. Além disso, no início do teste você recebe uma
ficha onde consta o horário de tarde que vais fazer a prova que pode ser entre
14:00 e 18:30. Portanto, reserve o dia para isso. Algo que fiz aqui foi tentar
esvaziar minha cabeça e não pensar em inglês. Para minha sorte tinha uma banda
de rock tocando vários clássicos em uma das esquinas em frente ao ROM e fiquei
lá assistindo show e é claro contribui com uma tution para os caras que mandavam
muito bem. Não decore nada e não espere sorrisos de sua avaliadora. Como disse
antes eles são educados, porém, rígidos. Quando fui chamado, ela se apresentou,
disse que iria gravar a nossa conversa, perguntou meu nome, disse para eu
soletrar meu nome para ela escrever e depois ela pediu para eu dizer no gravador
meu nome. Tentei relaxar e me concentrar naquele último momento de luta e foi o
que tentei fazer, mas fui pego pelas perguntas inusitadas... primeiro, ela me
perguntou sobre pintura e arte na minha infância, se eu havia estudado em
escolas que faziam isso... vou ser sincero; ao contrário daquilo que os livros
recomendam, eu não contei histórias disse que não lembrava direito, mas que eu
tinha estudado em um colégio militar que encorajava os estudantes a fazer
artesanatos com areia e barro, coisas assim, depois fui perguntado sobre moda,
meu estilo de roupa etc. Para minha sorte eu tinha lido no metronews sobre footwear
no Canada e mantive minha fala sobre isso expliquei meu tipo de sapato e a
avaliadora, acreditem, colocou a cabeça por baixo da mesa e olhou para meu
sapato e disse: you’re telling me the truth! Your shoes are exactly the way you
described them! Depois disso ela me perguntou se eu costumava ajudar alguém a
escolher roupas e disse que sim, que eu ajudava minha esposa, pois às vezes era
difícil ela escolher roupas, pois ela não é muito alta, etc. Fui tentando
trazer a conversa para meu dia a dia. Ai vem o peso da gramática-estudem
gramática. Fazer relações entre passado e futuro, comparar coisas, orações
condicionais com o if. Bom, o pesadelo começou na parte dois. A pergunta foi um
evento na história que eu achava interessante, o motivo, quando ele aconteceu e
as consequências desse evento se seu resultado fosse diferente. Meu Deus, o
único evento que me veio a mente e eu sabia a data foi a segunda guerra
mundial. Ai eu comecei falando, para ganhar tempo, que meu pai era professor de
história e tinha interesse particular em guerras e das estratégias usadas pelo
militares, da forma como os países se mobilizavam, como os soldados eram
tratados, na distribuição de comida e que de tanto ele falar eu acabei aprendendo
um pouco, ai falei do ano e disse que se a Alemanha tivesse ganhado
provavelmente os EUA não seriam a superpotência que são, ai eu travei não tinha
mais o que falar....Ela então me perguntou: You don’t like history, Am I right?
E eu disse, no yes, I like computer and mathmetics that’s why I am an engineer
e ela respondeu, ok let’s keep discussing history (vocês podem acreditar nisso?)
e ai me perguntou da historia do Brasil, pasmem eu esqueci quando fomos
descobertos...mas falei da escravidão e como fomos colonizados pelos portugueses e
que somos uma nação formadas por três povos, índios, africanos e portugueses, mas
o vexame foi esquecer a data de descobrimento, cruel! Depois disso ela começou
a falar genericamente sobre história e disse que era chato que ninguém gostava,
ai não sei porque fiquei incomodado, afinal sou professor, e ai cortei o
discurso dela e disse que discordava dela e que história, apesar de não ser do
meu interesse, era algo fundamental pois apenas podemos crescer se aprendermos
com o erro do passado e então voltei para o diabo do Hitler e falei como
podemos tirar lições de sua falta de tolerância, enfim, não sei o que deu em
mim, mas realmente fugi do protocolo e ela se danou em perguntar sobre isso.
Fui dar corda! Ela finalizou me fazendo duas perguntas, como tornar o ensino de
história mais interessante e que ferramentas eu sugeriria para auxiliar o
professor. Eu falei genericamente sobre visitar museus, pesquisar fotos na internet,
redes sociais, etc. Ah! Ela me perguntou ainda se eu achava possível algum dia nos
sabermos de fato o que ocorreu no passado. Ai eu disse que não, pois apensas conhecemos
o lado da historia que é o lado dos vencedores e ai falei de impressa que não é
livre, e etc...
Para mim, meu speaking foi horrível, eu deixei a
prova e liguei para a Mary e falei: joguei dinheiro fora gata, a prova de
conversação foi muito ruim, etc. Ai como toda a esposa que quer ajudar o maridão
falou: mas foi bom, pois agora sabes o que esperar e tal.
Hoje peguei meu resultado e fiquei surpreso, eu
venci o CLB (canadian language benchmark) em todas as habilidades. Em particular,
no CLB eu fiz 21 em 24 pontos. Para minha surpresa meu speaking foi o melhor
resultado along with meu writing. Eu repeti minha marca no TOEFL. Segundo o
IELTS, eu sou mais que um usuário competente da língua. Bom, final do ano vou
fazer de novo e comparar meu progresso. Minha
meta pessoal é fechar 8.0 em cada habilidade, mas ai preciso estudar e treinar
bem mais que duas semanas, talvez meses.